terça-feira, abril 29, 2008

Enquanto Lhe falava…

…Hoje lembrei-me que tenho de ser paciente mesmo com aqueles cuja presença me incomoda. Mesmo quando sinto que o olhar não acompanha as palavras. Mesmo quando há algo que me faz manter eternamente um pé atrás. Pois Ele ama-os tanto como a mim. E disso não tenho dúvidas nenhumas. A diferença é que de mim, eventualmente, Ele poderá esperar mais…

domingo, abril 27, 2008

Não, não sou escritor…

…Não sou escritor. Não conheço bem as palavras. Talvez seja o meu amor pelos números que mo não deixa. Altera-me o pensamento e molda-o. Transforma-me! Filtra-me a visão. Torna-a mais encadeada, organizada e demonstrativa. Mais prática, talvez…

…É que os números são diferentes das palavras. Têm apenas de se perceber e nunca de se decorar, e são sempre iguais em qualquer lugar do mundo. São mais coerentes. Não necessitam de contexto. Seriam quase palavras, mas compõem-se de algarismos, e estes são muito diferentes das letras. Sim! São mais soltos e abertos. São livres! Não vês? Cabem sempre em qualquer lado. Sem precedências obrigatórias, grandes regras ou excepções…

…Os números têm essas características dos sorrisos propagados. Os algarismos, serão cada sorriso individual…

…O que eu sou, é o que eu sinto e percebo, não o tenho de decorar. E o que eu sei, é só o que sou. Por isso, cometo erros quando escrevo palavras. Para mim são quase desconhecidas. Não poderei assim ser escritor…

…Limito-me a fingir que as palavras são os números que expressam os sentimentos. Uso-as apenas como aproximações ao que é verdadeiro e perfeito. Se fossem um bocadinho mais, se fossem como os números, não dependeriam da entoação. Quando as ordeno, não as olho, por isso, intimamente. Por defesa, vejo-as apenas como sons. Sons diferentes são palavras diferentes, e cada uma torna-se som da música que pretendo tocar…

…Para mim, cada frase tem de surgir acompanhada de um certo ritmo, como os números da melodia das expressões que os originam. Escrever é compor uma música, é deixar abertamente envolver-me dela e dançar, até que essa dança acompanhe tudo o que estou a sentir…

…Poderei ser então matemático, engenheiro, músico, acrobata, bailarino, ou somente louco, mas não conheço as palavras. Escritor, não sou…

segunda-feira, abril 21, 2008

Na troca daquele olhar…

…Como se tudo parasse. Como se o som deixasse de existir e o tempo deixasse de passar. De repente, permanecem apenas as cores e o seu calor. Permanece um instante que dura o infinito. Fixamos os contornos, a suavidade das sombras. Sentimos, como se com as duas mãos tocássemos lentamente cada pormenor. O nosso corpo reage com um arrepio que o percorre, com um sorriso que se rasga aberto e espontâneo. Estampado, demora-se e fica. Para sempre. Na troca daquele olhar…

domingo, abril 20, 2008

Jornadas que nos orientam…

…Estávamos ansiosos. Fazia já algum tempo que nos preparávamos para este dia. Sabíamos que estaríamos mais uma vez todos juntos, que mais uma vez nos permitiríamos encher do espírito de entrega e comunhão que nos une…

…O dia prometia ser dos sorrisos que nos fazem sentir amados, dos olhares que nos devolvem tantas vezes mais o carinho que distribuímos, das palavras que nos segredam que, quando nos juntamos, nos aproximamos do nosso caminho certo…

…De mochila às costas, com o lenço que nos identifica, invadimo-nos da paz, da serenidade e da tranquilidade que apenas conseguimos quando a nossa entrega é completa e sincera. Conhecemos novos rostos, vivemos novas experiências, fomos convidados a perceber o simbolismo de pequenos gestos que nos confrontam, nos localizam e que nos relembram que, com eles, podemos fazer a diferença. Descobrimos que somos o barro em estado bruto que podemos deixar moldar, de como nos podemos sempre deixar acompanhar pelas mãos de quem, com delicadeza, nos ajuda a tornar as nossas formas mais rígidas e pontiagudas, noutras mais harmoniosas e ternas…

…Ouvimos bons conselhos e palavras de incentivo, cantámos, dançámos, rimo-nos e sorrimos. Festejámos. Comemos juntos um pouco do que cada um trouxe, demos abraços, falámos à vontade dos apontamentos das nossas histórias limpas que vamos escrevendo e que gostamos de partilhar. Sentimo-nos convidados a ousar, a tornar viva esta festa em nós, a sermos cada vez mais, neste conforto que é a certeza de que percorremos o nosso caminho acompanhados…

…Trouxemos para casa esta certeza reforçada do desejo ardente que temos em nós de sermos verdadeiros testemunhas, na Sua intimidade…

“Sabes: só devia ser minha testemunha, quem já esteve na intimidade comigo, quem já se sentiu amado, perdoado, chamado, escolhido, enviado pela palavra que se escuta sussurrada na oração, e que provoca, em quem a escuta, o desejo de fazer a Minha vontade na sua vida. Só pode ser minha testemunha quem põe a minha palavra, os meus desejos, o meu amor, a minha vida à frente de tudo, até da própria vida.”

quinta-feira, abril 03, 2008

Muito, muito feliz!…


… Neste jeito que é meu. Autenticamente. Porquê? Porque sim! Pelo que eu sou e pelo que tu és. …

quarta-feira, abril 02, 2008

Vivo cada momento intensamente…

…Sento-me.
Ouço os pássaros que não param de cantar.
Fecho os olhos e encho-me de ti.
Estranho este sentir.
Estranho a forma como me pareces completar.
Pouco a pouco,
o teu olhar torna-se profundo.
Compreendo-te, admiro-te e entrego-me.
Passas a ser uma flor importante no meu jardim que cuido com atenção.
Choro, se te inquietam o coração.
Sorrio, se tu sorris.
Passamos a ser eternamente cúmplices,
como se numa luz suave conversássemos abraçados.
Sinto-te as batidelas do coração
e anseio que batam sempre apenas de felicidade.
Vivo cada momento intensamente.
Espero um olhar teu,
uma palavra amiga,
um gesto,
um toque.

Algo que me faça compreender este amor…

terça-feira, abril 01, 2008

Espero por ti…

…Correm em mim sentimentos sem parar. Revolvem-se. Atropelam-se…

…Espero por ti. Por algo que me faça mais uma vez voltar contigo a sorrir. Anseio-o. Aguardo-o…

…As tuas preocupações preocupam-me. Os teus sorrisos elevam-me. Não saber como estás, faz-me convergir para um qualquer ponto apertado onde me sinto prisioneiro, sem poder fugir…