domingo, maio 30, 2010

Sim!...

…As árvores altas balouçavam ao sabor do vento parecendo dizer um sim constante. Sentados sobre as mantas coloridas que estendemos no chão, celebrávamos a união como resultado de toda a caminhada que estávamos a fazer. Estava cada um presente, de coração aberto. Sentíamos cada tu e cada eu, um só, como num corpo. Comemos do mesmo pão, cantámos, demos graças. O sol mantinha-se quentinho, a natureza envolvente, e as árvores, sem cessar, continuavam a consentir: sim!...

sábado, maio 29, 2010

A caminho…

…Os dias passam e corro com eles veloz. Sei que não sigo sem destino, mesmo que por vezes me perca entre pensamentos e distracções. Poderia eu manter o olhar atento para cada pormenor na paisagem? Poderia eu sentir-me apenas livre e voar, sem viver cercado dos apegos que me impedem de melhor amar? Tomo consciência. Interessa-me não só o destino, mas o caminho. E mesmo que não seja em vão aquilo que de menos perfeito que vivo, mesmo que me permita melhor conhecer, há um só ideal que pretendo seguir. Hoje sou mais eu, sou mais eu todo, nas qualidades e defeitos que trago comigo. E é assim, todo, que me entrego ao sabor do vento nesta corrida. Quero olhar os sinais e quero sentir as graças. Juntam-se a mim vários companheiros de corrida. O cansaço das pernas quase que desaparece. De repente, voltam a tornar-se leves. Abrando um pouco o ritmo para reforçar a atenção. Sorrio a cada um olhando-o nos olhos e prossigo…

(Sexto encontro da Formação de Animadores…)

quarta-feira, maio 19, 2010

Em noites de poesia…

"Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,

Quem sente não é quem é.

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem,
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: «Fui eu?»
Deus sabe, porque o escreveu."

Fernando Pessoa

terça-feira, maio 11, 2010

Eu Acredito!...

…Profundamente…