Recebi uma encomenda…

…Sometimes your best friend is a guardian angel in disguise…

Do início ao fim…

…O palco, os cantinhos, os caminhos escondidos; os corredores, os camarins, a sala enorme mesmo abaixo; as escadas de madeira velha, os inúmeros cenários que se escondem lá em cima. O tecto, os acessórios, as luzes; a plateia, o primeiro balcão cheio, a espera, o nervoso, o meu momento! A peça a correr, as pessoas a gostarem de a ver; os risos, a história contada, o meu sorriso profundo de felicidade. Senti-me tão bem, adorei…

Muito, muito meus Amigos!...

…Foi para mim mais um fim-de-semana inesquecível. Pela forma como me senti acompanhado, pelos abraços fortes, pelos sorrisos, por quem foi comigo, porque é possível tirar tanto daquilo que é tão simples…

…Porque há amigos que sabe tão bem ver bem dispostos, porque há amigos com quem é tão bom disparatar, inventar teorias ou, simplesmente, não fazer nada. Porque é bom conversar sem terminar, porque gostamos de tirar fotografias e porque alguns têm quatro patas…

…Que fofinho! …

(=p)

Num caminho que... continua...

…Porque todo aquele que vive, porque todo aquele que busca, porque todo aquele que chama, encontrará…

A minha liberdade…

…O dia chega lentamente ao fim. Sinto-me cansado hoje. Tento perceber, enquanto penso, o que dele foi dedicação e entrega, o que foi vontade de me dar, de me deixar crescer sem medos. Foi um dia grande. Cheio de amigos, cheio de momentos que me fizeram reflectir, cheio de pequenos gestos que podem ou poderiam marcar, que podem ou poderiam fazer a diferença, que podem ou poderiam permitir nascer algo. Enquanto ouço as músicas que seleccionei, escrevo agora um pouco. Apetece-me sorrir cansado ao mundo…

“Já não era de «fazer coisas» que se tratava, mas de ligar a minha liberdade à Tua vontade para sempre, para o que Tu quisesses. Dei-Te o meu coração, o resto dos meus dias, o que quer que isso viesse a significar…”

Nuno Tovar de Lemos

O carrossel…

…Ali mesmo à frente o carrossel não para de girar enquanto repete vezes sem conta a mesma música. Estou parado. Tenho de pensar. Olho a rua vendo o tempo a passar, sentado no terceiro degrau do átrio da igreja da Luz. Atrás de mim a porta principal da igreja está aberta. Estive mesmo agora lá dentro a rezar. Fui-Lhe perguntar como devo seguir agora, que devo eu fazer do meu caminho. Fui avaliar com Ele o que se passou, o que me fez aprender. É bom ouvi-Lo. Ele olha-me sempre a sorrir. Sou tão pequeno perto d’Ele, mas os seus olhos ternos olham-me como quem consente o caminho que sigo, como quem sabe que é aquele que tenho de percorrer. É engraçado como na vida as peças se vão encaixando. Para percebe-lo, basta olhar para trás. De cada pessoa tento compreender a mensagem que Ele me quis passar. E sei, sei que hoje estou ainda mais preparado para continuar. Sei que hoje sei amar como nunca amei, sei que hoje me quero entregar, que me quero deixar moldar. Como sei hoje também que alguns dos planos que tinha vão ter de esperar para que me possa melhor preparar…

… Tenho já a agenda cheia para o ano lectivo que está a começar. Confio nesta força, confio no que ela me traz e nos tantos testemunhos que me rodeiam. A minha cabeça cheia de hoje, serão decerto sorrisos, certezas, e confiança num amanhã. Entretanto, acabei de receber uma mensagem. Diz o seguinte: “Parto. Na certeza que vens comigo, Tiago. Ele sorri para nós, sempre!”. É curioso, sinto-me mais leve, o carrossel parou e a música repetitiva deixou de tocar…

Com os olhos de quem nos Ama...

…Para mim, a forma mais preciosa de dedicarmos o nosso tempo a nós mesmos, é permitirmo-nos sair de nós mesmos para nos observarmos com os olhos de quem nos Ama…

Gosto de ti…

…Proponho-me hoje ser projecto d'Ele contigo se o quiseres. Proponho-me hoje aceitar que contigo sou mais bonito, que saberei lidar melhor com o que me deixa instável e que ficarei ainda mais completo. Proponho-me aceitar-te como minha escolha, a minha companhia. Proponho-me fazer de tudo para te sentires amada e completa também. Proponho-me dizer mais por palavras para que possas melhor sentir o que eu sinto. Proponho-me pensar apenas no que é realmente importante e não na confusão de tudo o que se passou. Podemos tentar construir um lugar melhor. Fugir desta confusão. Fazer amarmo-nos a nossa lei. Pena não ter sentido. Gosto tanto de ti. Beijo…

Os teus gestos…

…Estou sentado. Nesta igreja a que regresso todos os Domingos, em que as crianças colocam em mim o seu olhar atento e sorriem quando as olho nos olhos. Sinto que venho aqui crescer mais um pouco todas as semanas. Hoje o ambiente está mais calmo, vim ouvir-te tocar órgão e rezar. Vim aceitar o teu convite e parar um pouco dos dias que passamos a correr. Sabe bem ouvir-te. O som espalha-se melodiosamente por toda a igreja e enche-a. Ocupa todos os espaços, completa-a totalmente e envolve as pessoas, o seu olhar e as posições que tomam para rezar. Deixa-nos apenas livre o espaço para orar, para nos deixarmos embalar por aquela voz que nos segreda, que nos faz elucidar e perceber melhor os passos que devemos tomar. Penso em como as pessoas crescem, penso nas amizades novas que criamos, penso o quanto nos tocamos. Um dia eras tu o miúdo que sonhava, hoje és tanto aquele jovem que nos convida, que nos desperta, que nos acompanha enquanto crescemos também. Hoje não bebes apenas, partilhas e matas-nos esta nossa sede. Rezo pela nossa amizade. Rezo por ti, olho por ti, enquanto sei que olhas por mim também. Daí de cima, onde te sentas e todos podemos observar, os teus gestos fazem lembrar os d’Aquele que cria com Amor e nos oferece para que também nós o aprendamos a viver. Pois que seja esta a comparação que fica para nos fazer pensar. Obrigado por ti, pelo que és em mim, pelo que em mim despertas, por esse sorriso, pela amizade, pela vela que vais acender quando, mais tarde, acabares de tocar e desceres. Do teu amigo n’Ele, o teu mano mais velho, Tian…

Com os seus caracóis escuros…

…Do meio dos meus pensamentos, surgiu estranho e baixinho algo que me despertou a atenção. Eu conduzia o meu carro e tinha acabado de parar num semáforo. Uma mão pequenina batia no vidro de trás do carro do lado, revelando-me um olhar tímido que tentava ganhar coragem para um pequeno gesto de adeus. Instantaneamente aceitei-o, sorri abertamente e retribuí-o. E foi então como se me envolvessem e me pegassem ao colo, como se me protegessem de qualquer mal possível, como se o meu caminho fosse consentido. O tímido olhar que me fitava deu lugar a uns grandes olhos que reluzindo se iluminaram e, rasgado, surgiu um grande sorriso de um pequeno rosto. Tinha conseguido! Com os seus caracóis escuros e a ternura de uma criança, outro anjo do céu que esta tarde me veio visitar…