quarta-feira, março 03, 2010

Onde o limite das nossas forças?

…Que desencontro é este que de mim mesmo me faz sentir perdido? Que caminho tenho eu percorrido, Senhor? Onde me leva toda esta vontade, toda esta entrega espontânea a que tantas vezes me abro com um sorriso sincero, mas que tantas outras me parece mesmo assim tão insuficiente e pequena? Porque não chega Senhor, em tantas situações, nem para demonstrar o amor que tenho? Viverei eu os meus dias tentando apenas disfarçar aquelas que são as minhas limitações? Obrigas-me a escolher-te, eu sei. Levas-me por caminhos que nunca anteriormente tinha pensado percorrer, que não sabia sequer serem possíveis, mas tantas são as vezes que nem força tenho. E então, parece-me difícil sequer manter-me, quanto mais continuar a construir. Onde Senhor, onde o limite das nossas forças? Ao Teu lado sinto a dor da perda de um eu que não pode mais ser reversível. Uma dor que me aproxima interiormente de Ti. Só hoje percebo realmente o porquê do Teu caminho não ser fácil. O significado de entregar a vida por amor. Já não há, de facto, nenhum diferença: o desencontro, o abandono, a dor, têm um só sentido. O Teu sentido. Por cada um, por todos, por mim, em Ti: o Amor…

5 Comments:

Anonymous Paula Sofia said...

“Obrigas-me a escolher-te, eu sei.”
Com esta frase, levas-me a contradizer o teu pensamento. Nós temos dom que nasceu connosco e que foi premiado por Deus, por isso tornámo-nos seus escolhidos. Ele não nos obriga a escolhê-Lo, foi ele quem nos escolheu, nós somos livres de aceitar a Sua escolha, mas quando a aceitamos devemos ter a consciência de que fomos eleitos pela realeza do altíssimo. Tão grande mérito o nosso.

Assumimos esta caminhada que como dizes não é fácil, mas que nos vicia. Este vício que marca cada pedacinho da nossa alma, mostra-nos o como teria sido tão fácil deixar-nos ir pelo que é normal na sociedade, mas que é tão injusto e sujo de hipocrisias que nos irritam. O dever que sentimos é de lutar contra isso, e tornamo-nos o contraditório de uma sociedade.

Limitados pelos sentimentos da dor, do sofrimento agarramo-nos quase que por instinto à nossa fortaleza: a JESUS. Retomamos aquele caminho que não é fácil mas que é nosso por opção, e aqui como sinto a tua expressão, “Uma dor que me aproxima interiormente de Ti.”.

Perdemos algo que se tornou irreversível, concordo, mas será que nos faz falta?

O amor de Deus nos uniu, nunca mais caminharemos sós.
Abraço!

11:06 da manhã  
Blogger Tiago Krug said...

Não nos faz falta, mas doi-nos muitas vezes! =)

Claro que concordo inteiramente contigo Paulinha!
Quando Lhe digo que sinto que me obriga, não é no sentido se me tirar a liberdade, mas por me atrair de uma forma que não consigo mais resistir. Mesmo quanto até disso me chego a interrogar. É no sentido de que é por Ele que caminho também.
Já não consigo mais não querer tanto a que ele me chama. Já não consigo ficar mais indiferente a tantas coisas que me parecem agora tão evidentes e certas.

Sabes quando nos fazem algo que apreciamos e respondemos dizendo "Obrigado", não estão também a tirar-nos a liberdade, sentimo-nos antes Obrigados ao Amor e por isso o dizemos! =)

Beijos em Cristo!
Teu amigo com saudades! =)

Tiago

11:58 da manhã  
Anonymous Paula Sofia said...

Pois dói, sabemos disso, mas tornamo-nos coerentes connosco, com os outros, com a vida e com Deus.

Acho que sei o que queres dizer quando escreves: “Sabes quando nos fazem algo que apreciamos e respondemos dizendo "Obrigado", não estão também a tirar-nos a liberdade, sentimo-nos antes Obrigados ao Amor e por isso o dizemos!”, mas obrigas-me a fazer outra pergunta a mim própria e que será certamente, algo em que tenho de reflectir:

Será que este Amor, que nos faz ser, agir e pensar assim, passa a agir em nós como uma obrigação? Passamos a ser apenas servos submissos deste amor?
=)!

12:42 da tarde  
Blogger Tiago Krug said...

Se chegas a esse ponto em que te sentes "obrigada" a Amar como Ele nos ensinou, talvez já tenhas passado por encontrar a verdadeira liberdade! =)

Alguém dizia um dia: "A cartilha da liberdade ao início logo diz. Liberdade, como as árvores, vive presa a uma raiz"! =)

Já deixamos há muito tempo de ser servos para ser considerados de amigos. E a amizade, no Amor, tem destas coisas que nos levam ao compromisso de vida! =)

2:02 da tarde  
Anonymous Paula Sofia said...

Amei...

Comparação brutal!
Nem tenho palavras para exprimir o que senti ao ler a afirmação:
"Liberdade, como as árvores, vive presa a uma raiz"!

Nesta certeza que tenho de viver livre, aceito a condição de a viver presa à raiz do Amor, deixando para trás, a dúvida de poder ser servo e ser simplesmente amigo.

Beijo!=)

3:05 da tarde  

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