segunda-feira, fevereiro 22, 2010

O projecto para o Mundo Unido…

…Éramos ao todo cerca de 650 jovens vindos de 32 países espalhados por todo o mundo, trazíamos connosco as nossas diferentes características culturais, professávamos credos distintos, falávamos nas mais diversas línguas. De dia 19 a 21 de Fevereiro, encontrámo-nos em Castel Gandolfo, em Itália, para reflectirmos sobre a via para a construção de um Mundo Unido…

…Chegados à estação de comboios, subimos com as nossas malas até ao cimo do monte. Estava prestes a começar este encontro que nos aproximou a todos por um ideal comum: o Amor. Foram vários os temas de que falámos e muitas também as partilhas que fizemos. Apercebemo-nos que qualquer que fosse a nossa religião, quer fossemos cristãos, judeus ou muçulmanos, e até mesmo se não acreditássemos num Deus que nos ama e cuida, partilhávamos todos a mesma regra de ouro, a de fazermos aos outros aquilo que gostaríamos que nos fizessem a nós. Unidos por esta certeza, meditámos sobre a arte que é Amar, sobre o esforço que temos de fazer para conseguir concretiza-la diariamente. Apresentámos as nossas dúvidas e falámos das nossas maiores dificuldades, de todas as vezes em que parece que quase não saímos do mesmo lugar neste percurso que pretendemos seguir; mas sentimos ser comum o desejo de darmos a cada dia tudo de nós para o conseguirmos. Mais do que isolados, mais do que cada um por si, sentimo-nos ali, naquele espaço e no mundo, todos juntos, prontos a reiniciar a cada instante, olhando o nosso redor com novos olhos…

…Esboçando sorrisos entre os olhares que se cruzavam, relembrámo-nos da importância de amarmos a todos como filhos de um mesmo Pai, sem deixarmos de amar cada um em particular, começando por aquele que no momento presente é o nosso próximo. Reflectimos sobre o quão importante é amarmos também o nosso inimigo, tal como Jesus nos ensinou. Amar mesmo aquele que mais se afasta de nós pelas suas ideias e gestos. Poderemos ser nós, em cada instante, a substituir cada atitude que nos magoa e perturba por um acto de amor. Só assim, alargando os horizontes do nosso coração, poderemos também viver o amor recíproco…

…Queremos propor a cada homem, em cada situação concreta, que queira ser o primeiro a Amar. É apenas dessa forma que, qualquer que seja o local do mundo onde nos encontramos, qualquer que seja a língua que usamos para nos expressar, poderemos iniciar a grande revolução que será vivermos nestes moldes a verdadeira Unidade. Teremos de fazermo-nos um, pelos outros…

…Das nossas simples partilhas, da percepção da grandeza de cada pequeno gesto, apercebemo-nos da importância que tem assumirmo-nos como fundamentais para este grande projecto. É essencial centrarmo-nos neste ideal, é essencial colocarmos a inteligência ao serviço do Amor. Ele chega-nos gratuitamente de Deus e de tantos que nos rodeiam. Aprendamos a saber perder também, sempre que o tivermos de fazer em nome dele. Deixemo-nos pois de nos sentir auto-suficientes. Existe uma relação profunda entre a dor e o Amor que não poderemos desvincular. Só juntos poderão ter sentido mutuamente, mesmo quando não temos capacidade de o perceber. A cada instante, de novo, podemos voltar a fazer uma só coisa: substituir cada dificuldade por actos de Amor…

…Quanto nos despedimos sentíamos já a saudade de nos deixarmos, mas também a grande missão da partida. Continuaremos todos juntos sempre que conseguirmos viver este nosso propósito. Afinal de contas, somos os jovens para o Mundo Unido!…