sábado, fevereiro 13, 2010

A espantosa realidade das Cousas…

“A espantosa realidade das cousas
É a minha descoberta de todos os dias.
Cada cousa é o que é,
E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra,
E quanto isso me basta.
Basta existir para se ser completo.

Uma vez chamaram-me poeta materialista,
E eu admirei-me, porque não julgava
Que se me pudesse chamar qualquer cousa.
Eu nem sequer sou poeta: vejo.
Se o que escrevo tem valor, não sou eu que o tenho:
O valor está ali, nos meus versos.
Tudo isso é absolutamente independente da minha vontade.”

(Alberto Caeiro)

…Sorrio, há tanto que não temos sequer de explicar. O som dos pássaros e o chiar da água não dependem do contexto em que são inseridos. Simplesmente o são. Sinto-me também eu como eles. Sou apenas tudo o que sou, sem que tenha de ser justificado. O que faço, o que escrevo, o que sinto, são a forma mais completa como me proponho a caminhar. A importância de cada gesto, dependerá dos frutos que fará crescer. Não dependem sequer de mim. Sou, apenas…

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

És tudo o que és,
centrado na experiência da fé
e num amor benévolo
e acolhedor em relação a todo o ser humano
e ao mundo inteiro.

O teu olhar é de bondade e de optimismo,
descobrindo primeiro o que é bom e belo,
maravilhando-se com essa bondade e essa beleza,
manifestando a paz, a alegria
e a serenidade de um homem feliz em Deus,
com todas pessoas.

Eis como te vejo,
sintetizado nesta tua frase
«Sou apenas tudo o que sou,
sem que tenha de ser justificado.»

7:07 da tarde  

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