terça-feira, fevereiro 16, 2010

Encontrei-te…

…E parti mais uma vez, sozinho, como se fosses tu a lembrar-me que em qualquer momento da minha vida terei de ser sempre eu a dar o primeiro passo. Na verdadeira liberdade que me dás, terei de ser eu a fazer consciente as minhas escolhas. Seguia com o coração calmo e sereno. Continuo a achar estranha esta paz profunda que me fazes sentir, mas ainda assim procuro aceitá-la sem me questionar. Confio plenamente em ti e sinto a cada dia que me conduzes também, envolto do teu ideal de amor. Afastado dos condicionalismos que me trazem as minhas limitadas formas de expressão, sei que me olhas autenticamente como sou. Sei que vês o esforço que não chego sequer a demonstrar e até o afecto que tantas vezes não sei fazer o meu próximo sentir. Olhas-me assim, como se fosse eu um presente sem embrulho e sem nenhum mistério por desvendar, ao mesmo tempo que nos teus olhos brilha o entusiasmo pelas possibilidades que me conferem os dons que me dás…

…Os dias passam e os ponteiros não param de girar. Preservam incapacidades profundamente humanas que tenho enraizadas em mim. Incomodam-me, é certo, mas fazem-me também, na dor, encontrar como refugio o teu amor. Então, de repente, nada temo, nada tenho medo de perder e nada guardo comigo. Nem lembranças, nem orgulhos, nem sorrisos que não os do Amor. Sou nesse instante eu, igual a todas as pessoas do mundo. Sou nesse instante eu, capaz de amar a todos por igual no amor gratuito que não exige nem cobra, não espera e se completa por si só. E todas as cores se misturam numa só. Disfarçam-se lentamente umas nas outras até àquele momento em que as deixo de distinguir sem que o saiba delimitar aos meus olhos. No mesmo que é a eternidade e em que mergulho em ti…

…Sim, há uma cruz que transporto. Tenho a graça de a saber identificar. Tenho, à tua imagem e semelhança, o dom de a poder carregar e de poder Ser a única coisa que nos unifica: o Amor. Sorri novamente na minha tranquilidade. A viagem correu bem e senti-me bem também no espaço que me acolheu. Havia uma música no ar que pairava. Aproveitei para comer uma massa e para ler mais um pouco de um livro que me levou a novos recantos da minha alma tão profundos como belos. Passadas poucas horas, abraçaste-me mais uma vez no rosto de quem nestes dias me esperava. Vim contigo, e encontrei-te…

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Fiquei curioso sobre esse livro que te levou a novos recantos da tua alma tão profundos como belos. Será que me serviria também? Queres dizer-me qual é esse livro? Se é atrevimento tanta curiosidade, desculpa lá qualquer coisinha!
:-)

12:12 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Uma outra curiosidade...
sem que seja necessário dizer nomes,
a quem te diriges neste post?
Sabendo do destinatário, talvez me ajude a entender melhor o conteúdo.
Mais uma vez, se é atrevimento em excesso, manda-me dar uma volta.
E eu vou... sem ressentimento!
:-)

12:17 da tarde  
Blogger Tiago Krug said...

Abraço Leonel!

Sabes, o texto fui eu que escrevi enquanto meditava, mas foste também tu que leste e que o tornas-te teu. O destinatário é quem tu quiseres, é quem fizer mais sentido para ti. O conteúdo é o que te fizer sentir Algo.
Para mim, talvez seja Deus, talvez sejam tantos rostos que se tornam o Seu reflexo na minha vida e que me ajudam com entusiasmo a continuar esta caminhada que faço.
Mandar-te dar uma volta? Só se fosse esta que nos faz ir e voltar a encontrar-nos...

O livro que estava a ver sentado num café algures em Roma e enquanto esperava pelos amigos que me foram buscar chama-se "Arte de Amar" e foi escrito por Chiara Lubic. São pequenos textos soltos que me levam a sonhar e a reorganizar-me. Há tanto em nós que podemos descobrir se nos propusermos a esta revolução que é o Amor?

Se o leres algum dia diz. São oportunidades temos de tornar o nosso coração simples para o nosso encontro com Jesus! =)

Tiago

11:58 da manhã  
Anonymous Paula Sofia said...

E nesta conjugação de palavras, meu pensamento deriva.
Ser assim, querer sentir e dar sentido a tudo, é fascinante. Nem imaginas como, me envolvendo nesta leitura, consigo sentir parte do que sentes sem qualquer explicação, talvez exista uma…o Amor.
Começo a aperceber-me de que o amor é uma resposta a muitas perguntas que me faço, a solução ideal aos problemas que me ocorrem a cada dia.
Concluo que tenho parte de um enigma resolvido, e o Amor será sempre essa solução.
Sinto-me num coração sem palavras, numa expressão física soberba.

11:26 da manhã  

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