quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Fora de muros…

…Houvesse maneira de se quantificar a entrega de tantos que dispuseram a sua vida em Deus. Naquele momento senti toda a unidade da Igreja, senti a imensidão de toda a obra que é feita por Amor. Dissolveram-se todas as distâncias. Não me separava mais nem o espaço, nem o tempo: estávamos ali todos juntos, reunidos em oração. Sentia-me como um pequeno ponto apenas, inundado do entendimento maior do Amor. Deixei de me conseguir conter. Entreguei-Te as minhas lágrimas enquanto me olhavas o rosto. Estávamos frente a frente, rodeados de cada um dos que foram escolhidos por Ti por todos os tempos como fiéis depositários do teu Amor. Olhando o alto, via-Te, mesmo através de qualquer obstáculo. Deixaste-me todo eu envolvido, todo eu arrepiado. Tinha ali mesmo, ao meu alcance, o túmulo de São Paulo que mudou também a minha forma de Te olhar e sentir. Inacreditavelmente juntos, à distância de um toque, partilhávamos o mesmo chão, desejando o mesmo céu. Ajoelhei-me. Foi talvez das memórias mais sublimes e felizes da minha vida. Acompanharam-me nesse momento, todos os anos do passado, todos os anos do futuro. Todos os que se permitiram um dia sentir-Te desta forma que nos transforma. E ali permaneci, pedindo-Te que sejas Tu o amestro. Faz de mim, Senhor, em cada instante, a Tua vontade. Faz-me sorrir e sofrer, faz-me ter sentido, faz-me conferir sentido, faz-me…

(Serão sempre curtas as palavras para descrever o que senti
na Basílica de São Paulo fora de muros)

1 Comments:

Anonymous Paula Sofia said...

"Deixei de me conseguir conter. Entreguei-Te as minhas lágrimas enquanto me olhavas o rosto."

Estas palavras que tu escreves, fazem-me lembrar momentos da minha vida, em que não me sentia só nem triste, pelo contrário, esses, são normalmente momentos de felicidade quase plena, e só não digo plena porque a plenitude só a alcançaremos junto de Deus, no entanto, a forma como brotam dos olhos e molham as faces não tem explicação.
Quanto aos momentos em que isso me aconteceu, pode ter sido ontem, há um ano atrás e mesmo há dez ou mais anos atrás, ainda hoje são momentos que me lembro, como se fossem presente.

Abraço...

5:19 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home