sexta-feira, setembro 25, 2009

Interdependência…

…Por vezes, nos nossos dias, precisamos de estar sós. Precisamos do silêncio que nos purga, daquele repousar que nos devolve as forças. Interpretamo-lo de diferentes formas, conseguimo-lo em diferentes locais. Pensamos, rezamos, cantamos, sonhamos. Outras vezes, buscamos apenas aquilo que sabemos que podemos fazer sozinhos, talvez em busca da nossa identidade. Ao escrever, ao tocar música, ao ir ao cinema, procuramos expressarmo-nos, procuramos fazermo-nos sentir. De umas e de outras vezes, permitimo-nos afastar do aconchego e da certeza que nos trazem as redes de relação que formamos. Inseridos na nossa sociedade, em Igreja, na nossa família, ou no nosso encontro terno com Deus, é pilar do nosso eu, cada relação de interdependência que partilhamos. São as pequenas pontes que nos fazem ter a capacidade de pensar, rezar, cantar e sonhar. São os laços que nos fazem ter substância concreta para escrever, sensibilidade para tocar, vontade de conhecer novas histórias indo, por exemplo, ao cinema. De todas as vezes, tomemos então consciência que neste processo contínuo de trocas e crescimento, recebemos também daquilo que oferecemos, sendo responsáveis pelo seu equilíbrio. Esta interdependência, não vicia mas suporta, poderá ser alimentada de amor, e é a mesma que nos faz preparar o coração para acolher cada pessoa com quem nos estamos habituados a cruzar. Nos nossos dias, quer no supermercado, quer na escola ou no trabalho, contam com a nossa entrega, com o nosso sorriso. Na nossa paróquia, contam com a nossa presença certa e com a nossa fé. Em casa, contam com o nosso amor e sinceridade. Em oração, Deus espera a nossa entrega completa e despojada. Saberemos ter a sensibilidade para receber se a tivermos para dar. Pelas famílias, pelos amigos, e mesmo por Deus, por cada um destes nossos portos seguros que habitam fora de nós, devemos diariamente agradecer. Não somos ilhas isoladas rodeadas de mar. Somos continentes inteiros formados por países que podem ter boas relações internacionais. É importante relembrarmos sempre que a nossa identidade pressupõe também a existência de outrem. Ser interdependente, é normal, é humano, é divino, é saudável. Ser interdependente, é mútuo…

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Ser uma ilha isolada e rodeada de mar é ser-se interdependente também, isto na minha opinião. E porquê?
Quantas vezes precisamos de nos sentir completamente isolados dos outros, para avaliarmos em nós a falta que eles nos fazem, quantas vezes os sentimentos causados por este isolamento e o testemunho de quem se permite vivê-lo temporariamente, nos fazem crescer e amadurecer.
Crescendo e amadurecendo contribuímos para a formação da nossa identidade, que se constrói também com a relação de vivência mútua com os outros.
Com a nossa identidade, colaboramos na construção destes continentes inteiros de que falas, na medida em que somos estes países que possuem boas relações internacionais.
Como ser-se interdependente é humano, normal, divino e saudável, posso dizer que este texto sobre a interdependência, fez-me pensar e amadurecer o meu modo de ver. Estou de acordo com esta construção, com esta relação e interdependência que descreves.
E errar é humano e, porque é vivendo, trocando opiniões que se alargam horizontes e se completam e aperfeiçoam o modo de ver e viver a vida, hoje não quero mais deixar-me ser uma ilha isolada e rodeada de mar, mas sim, saber permitir-me este isolamento quando ele for motivo de crescimento e aperfeiçoamento humano para uma continua doação.

Beijihos…Paula!...

4:53 da tarde  
Blogger Tiago Krug said...

És linda Paulinha! =)

Sim, acho isso também. Claro que por vezes temos precisamos de ser ilhas isoladas. Isso é o estado pelo qual nos permitimos passar para crescer e que descrevi no início do texto. =)

Falar de ilhas rodeadas de mar contigo, claro que me faz lembrar da nossa ilha! E neste caso, é ela que nos torna ainda mais interdependentes. É o local que nos tem permitido amarmo-nos na nossa amizade! =)

Beijos! =)

5:06 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

A ternura de uma amiza será sempre o melhor alimento do coração, será fonte inesgotável de sorrisos.

Com amizade e vivendo este amor que Deus nos permite...

Beijos! =)
Paulinha...

4:30 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home