quinta-feira, abril 22, 2010

A liberdade nova…

…Esvazio-me de mim. Haverá forma mais concreta de viver a liberdade? E salto de sorriso em sorriso, nos rostos de quem moro. Não preciso do ter, nem do ser. Terei e serei apenas aquilo que for dom gratuito, sem que tenha de ser justificado. Como no verdadeiro amor: o que é, é. E é então que neste vazio do eu, me sinto, não anulado, mas totalmente vivo. Trago comigo apenas o que me é devolvido. A maior parte são sentimentos, o resto, são pequenas coisas que, não sendo minhas, tenho a oportunidade de gerir…

…Dou graças. Existe um fogo interior que me ajuda no exercício do amor inteligente. Sei que verei de forma clara, livre de qualquer formato que não me leve a um maior crescimento interior. Sou eu que coloco as minhas fronteiras. E que tal expandi-las à medida de Deus? As irregularidades do caminho magoam-me os pés descalços, mas só assim poderei atingir por mim mesmo, contigo ao meu lado, o belo cume das montanhas. Só assim, quando saudar o céu do cimo delas, conseguirei ouvir o seu retorno invadindo-me a alma…

…Sinto o coração calmo. A rede que criamos nunca termina. Onde quer que estivermos podemos andar de mãos dadas. Vou já longe onde a cadeia de sorrisos se propaga e, quase sem me dar conta, percorro o mundo…

1 Comments:

Anonymous Paula Sofia said...

A mim nada pertence, eu própria não me pertenço. Tento apenas ser d’Aquele que tudo criou. Sei, reconheço os meus fracassos e as minhas faltas, limito-me a mim própria, quando julgo ter alguma coisa para gerir consoante os meus desejos e vontades, quando me deixo levar pela tentação de me achar no direito de poder controlar os passos de alguém segundo os meus valores. Infelizmente, quantas vezes permaneço assim, não me libertando do sentimento de revolta que deixo tomar posse de mim mesma e que só eu me poderei libertar.
Choro… desejo nunca me ter permitido sentir, o direito de poder controlar. Fecho-me, recolho-me… Se fosse possível fazer de conta nunca ter experimentado tão baixo direito?
Mas, porque Deus é grande, porque Ele me ama e me faz sentir acolhida, ergo meus olhos na direcção do Seu rosto, deixo-me ser acolhida por Seus braços, reconheço o meu erro e peço-Lhe perdão… em fim, nasce, novamente em mim, esta liberdade nova, retribuindo ao meu rosto este sorriso que se propaga e que me leva nessa cadeia que nos faz percorrer o mundo de diferentes modos.

12:15 da tarde  

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