Branquinho, da cor da neve…

…Tinha o casaco vestido por cima das camisolas, as luvas calçadas e o goro na cabeça. Foi das poucas vezes que usei um. Tudo à nossa volta estava branquinho, da cor da neve. Passeávamos na rua, por entre as casas que nas suas cores características eram iluminadas pelo sol do final do dia. Mais à frente, um lago todo gelado, crianças a brincar no gelo e um sorriso que surge quentinho. Ainda resistia em acreditar: estávamos em mais umas das nossas pequenas férias, desta vez mais para o norte, na Suécia…

…Foram dias cheios do bom gosto, da educação e do civismo que os caracteriza. Nas ruas, agitadas, parece que o frio não faz parar quem as percorre com ar decidido. Não se vê trânsito, há poucos carros, e o tempo parece passar no seu próprio ritmo, tranquilo. Dia a dia o sol apareceu-nos sempre brilhante. Convidava-nos a visitar os rios, os parques, os museus, e nós, sorridentes, aceitámos. Percorremos tudo e por todo o lado souberam sempre acolher-nos simpaticamente e com o seu bom inglês. Espantou-nos o facto de não termos visto pobreza, de não ser preciso prender as bicicletas que se deixam soltas na rua porque ninguém as leva, de não se ver nenhum lixo no chão. Sentimo-nos confortáveis e à vontade, como em casa. As montras das lojas revelam-nos por todo o lado plantas bonitas e acessórios para decoração das casas que deixam preso quem tem uma que quer aos poucos mobilar…

…Ouvimos falar do senhor Nobel e dos seus prémios, aprendemos que três coroas simbolizam a cidade de Estocolmo, vimos alces, e só não vimos ursos porque estavam a hibernar. Deliciámo-nos a andar por cima de enormes lagos gelados, a estender a vista pela imensidão do branco rasgado pelos ramos nus das árvores. Vimos muitas suecas giras e arranjadas, saímos à noite, tirámos muitas fotos e fizemos muitos filmes. Acima de tudo, conhecemos os cantos por onde tem andado o António, o meu melhor Amigo. Foram de novo, e mais uma vez, muitos os sorrisos trocados e os risos entusiasmados no nosso espírito de partilha, diversão e Amizade. Para mim, são mais momentos inesquecíveis de sorrisos profundos que guardarei junto das tantas coisas que Deus já nos deu a oportunidade de fazer juntos. A ti, António, à Dri e à Mari, obrigado…