sexta-feira, março 14, 2008

Entregámo-nos a um abraço…


…O entusiasmo que demonstravam dava-nos a força e a criatividade de que estávamos a precisar para conseguir criar algo que não fosse apenas banal, mas que, de alguma forma, se recheasse de um toque especial. Algo que não fosse apenas mais uma actividade ou mais um momento de reflexão, mas que transmitisse inteiramente aquilo que nos percorre, aquilo que nos faz mover, que nos dá o dinamismo e o brilho no olhar. Algo que não se vê, que não se explica facilmente, mas que, inexplicavelmente, se sente valer por tudo o resto. Enche-nos, e ao fazê-lo, completa-nos num inspirar fresco, todos os espaços vazios que tantas vezes sentimos que nos faltam preencher…

…E nessas alturas, a vontade que nos impele, leva-nos mais à frente. Crescemos connosco próprios e superamos as nossas expectativas. Criamos aquilo que sozinhos não seríamos decerto capazes de fazer. Sentimo-nos mais seguros e convictos de que nada poderá falhar, ou, pelo menos, nada poderá ser menos do que a forma intensa como nos entregámos…

…O que aconteceu depois, foi muito mais do que isso. Foi um caminhar de coração aberto para o que é novo. Foi conhecer, aproximar, interpretar, envolver, entregar e ressurgir. Foi inteiro e único. Fez-nos acalmar para nos deixarmos receber. Fez-nos encontrar connosco próprios, reavaliar as nossas prioridades, relativizar as nossas fragilidades e, assim, olhar para as nossas vidas com os olhos novos de quem se aproxima com mais atenção e carinho, longe das correrias e das máscaras de que nos enchemos nos nossos dias…

…Tornamo-nos mais o próximo. Olhamo-lo por dentro. Fomos, nesse contacto, espontaneamente aquilo que sentimos ser e compreendemos nesse momento como não há nada mais intenso e completo. Sorrimos, partilhámos, chorámos, cantámos. Entregámo-nos a um abraço porque sim, porque era tudo o que tínhamos para dizer…

…Sentimo-nos igualmente amados, igualmente importantes, igualmente limitados. Vivemos um sonho vestido de cor-de-rosa, pela sensibilidade, a felicidade e o sorriso com que se caracterizou. Vivemos, acredito eu, o que poucas pessoas têm a oportunidade de viver e de sentir…

…Do meu canto, que se tornou ainda mais nosso; da minha pequenez, que se torna suficiente se nos juntarmos, senti-me eu, convosco, completamente um instrumento conduzido pelo maestro que nos permite viajar ao som deste hino de amor…

…Obrigado