domingo, julho 12, 2009

Por trás da pequena porta…

…Rio-me repetidas vezes. Começo a achar mesmo que sou louco. À minha frente estendia-se o enorme cenário que me fez ficar boquiaberto. Ilimitado, permanente, perfeito. Como se naquele instante se tivesse revelado toda a beleza daquilo que sempre esteve tão perto e que, na realidade, contemplava sem que nunca tivesse de facto conseguido ver. Continuo a rir-me com a excitação. Sabem, é que encontrei hoje um tesouro! No momento em que subi até ao ponto mais alto, movido pela sensação de ser ali que o poderia encontrar, vi, de repente e quase que desprotegido, a pequena porta que ficava acima do nível da minha cabeça. Estiquei-me e, em picos dos pés, alcancei a maçaneta. Concentrei-me e, muito lentamente, rodei-a para que não fosse o barulho a quebrar a magia daquele instante. E como se fosse eu a chave para a abrir, a pequena porta deixou trespassar o primeiro raio de luz que me iluminou. Na parede estavam dois degraus de ferro que me permitiram subir e um terceiro vertical que me permitiu apoiar. E foi assim que ao passar pela porta o encontrei. Fiquei parado. Não me lembro se naquele momento ouvia mais o meu coração ou o meu respirar fundo. Estava mesmo ali à minha frente, depois de todas as vezes em que o tinha sonhado ver. Depois de viver cada dia por ele agradecido, estava ali, ele em mim e eu nele. Será que num só? Olhei em volta e apercebi-me das coisas que me eram familiares e daquelas que via agora ainda mais claras e perfeitas. Foi indescritível a emoção. Afinal, mesmo junto a mim, permanecia o local de refúgio que sempre desejei ter. Naquele local onde apenas eu poderia estar inseguro, mas onde deixei que a perfeição envolvente me protegesse. É incrível. Continuo a rir. Estava ali à minha frente, do nada, mas por um caminho certo, cada pedaço de um sonho. O mais curioso, foi que soube no mesmo instante que deveria regressar. O meu lugar não era ainda ali. Assim, procurei ficar apenas este instante eterno a contempla-lo. Voltei a dirigir-me para a pequena porta, desci os degraus de ferro e voltei fecha-la lentamente, de novo tentando não fazer o mais pequeno barulho. Apenas uma coisa mudou. Fui eu. Tenho em mim a visão mais bonita que guardarei até um outro dia em que poderei lá voltar quando for menos nítida para mim. E de cada vez que lá for, ficarei apenas o tempo que demora esboçar um sorriso profundo. De cada vez saberei olhar apenas com amor e voltarei a surpreender-me com cada pormenor. Neste momento, é lá que me sinto quando me rio. Continua toda aquela paisagem à minha frente. Continuo eu e ela envoltos, continua o vento que se fazia sentir, continua a sensação de ser apenas um pequeno ser cheio de milhões de desígnios. Sabem, o que me faz rir, é no fundo, o alcance real da plenitude. Ela está nestes momentos. Está em mim, está em ti, está atrás destas pequenas portas. Eu encontrei aquela que eu consigo abrir e continuo a rir. Sou louco, ou sou amado. Uma coisa é certa, sei que tenho comigo toda a felicidade do mundo. E os pássaros continuam a voar livres e despreocupados…

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

És um ser lindo, um ser absolutamente amado por muitos outros seres, que no fundo, no mais íntimo de cada um, brilham contigo, com o teu amor, com as tuas experiências e pensamentos, com a tua transparência, felicidade e inteligência.
És loucamente apaixonado por tudo o que te envolve, deixas-te voar livre e despreocupado como os pássaros, porque voas sempre com Ele. Cheio dos Seus dons consegues no teu dia a dia descobrir essas pequenas portas, que são motivo de sorrisos loucos, profundos, sentidos, verdadeiros, felizes e eternamente eternos.
És motivo de orgulho e felicidade, para quem muito te ama, serás sempre esse tesouro que encontraste, esse tesouro vai contigo sempre que quiseres, sempre que desejares fazer da tua vida uma história limpa.
Não é por acaso que o teu blog tem este nome...

:), este é mesmo profundo!
Paula!

12:12 da tarde  

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