sexta-feira, agosto 22, 2008

Na terra em que deixo o meu coração…

…E regressei novamente à terra em que deixo o meu coração. Desta vez com outros dois grandes amigos: o irmão Bruno e o meu mano mais novo, o André…

…Foram novos momentos inesquecíveis de sorrisos profundos pela forma como nos deixamos invadir por cada pormenor. Acompanhados pelas paisagens e espreitando a cada instante o mar, tornamo-nos parte de cada cabeço, de cada trilha, de cada vulcão…

…É quase indescritível o que sinto quando subimos e descemos a correr a encosta de uma montanha. É passar ágil pelos espaços, é sorrir ao sentirmo-nos acompanhados, é respirar fundo, é pintar com quantas cores o vento tem…

…Foi quase indescritível a nossa subida ao Pico, chagaram quase ao limite as condições em que o fizemos. Não percebo ainda hoje se os nossos risos e berros constantes tinham mais de excitação e entusiasmo, ou de nervosismo. Sei apenas que o tínhamos de viver juntos. Naquele momento fomos feitos para aquilo: para aquela chuva que caía sem parar, para os jogos de cartas enquanto esperávamos o bom tempo chegar, para as rajadas de vento que quase faziam a tenda levantar. Fomos um só: em cada filme gravado, em cada queda, no nosso cansaço ao final do dia…

…E como não falar nos trabalhos no mato, no leite das vacas, no banho nos barris, no soalho que pusemos, no telhado do vizinho ou mesmo no malhar feijão? Como não falar das missas, dos cânticos, dos ensaios, das festas, dos copos e dos concertos? Da noite em que dormimos exaustos na carrinha, das viagens a três na mota do Carlos, das refeições fantásticas da mãe Alice e das histórias do pai Serafim. Será que dá para esquecer o gosto da angélica ou dos inhames? Será que dá para esquecer todos os amigos que fizemos numas só férias?...

…Foi realmente arrepiante. A forma como cativámos os alemães que num instante nos passaram a acompanhar na nossa forma constante de sorrir (dá para alguém acreditar que os metemos a fazer de macacos no meio da floresta ou a gritar de cima da carinha de caixa aberta?). A forma como nos recebeu toda a Praia do Norte: a Susana, o Carlos, os pais, as tias, a avó, a madrinha e o padrinho, o Sérgio, a Ana, a Ana Filipa, a Catarina, a Paula, o João e a pequena Joaninha, o Paulo e a Marlene com a Mariana, a Elsa e a Jéssica, o Tomé, a Bernardete, o David, a Beti, o Romeu e a Brigite, e mesmo as senhoras da igreja e o Padre João…

…São aventuras que nos marcam e nos moldam, são saberes e gentes que nos ensinam outras histórias limpas e uma forma simples de viver que nos fazem encontrar a direcção rumo ao que é essencial…

…O que faz tantos jovens se juntarem e animados se lembrarem de louva-Lo às tantas da manhã; o que faz alguém chorar por sentir em quem quase não conhece uma alegria tão pura, simples e espontânea? Que amor e que vontade de vive-lo é esta que Ele nos faz questão de ensinar e partilhar?...

…Os sorrisos que guardo comigo são fonte de inspiração, são o meu sonho mais concreto, são o que orienta nos meus dias os meus gestos, as minhas decisões e os meus novos projectos. Foi mais uma experiência única, mais um tesouro encontrado, mais partilhas que nos fazem amizar e crescer juntos sem parar…

…Às férias de verão 2008 nos Açores, aos amigos que foram comigo e aos novos que fiz, aos sentimentos que por lá deixámos e aos que trazemos connosco, o meu maior e mais sentido sorriso, o meu olhar mais sincero e profundo…

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

A partir de hoje, se me permites, também faço parte do teu blog.
Nestas últimas semanas, ando a espreita-lo aos poucos, por vezes tem me apetecido dizer alguma coisa, mas não sei como o fazer, pois ele é tão teu, a tua imagem, que sentido algum receio de entrar, pois sinto que dele tenho muito para receber e nada para dar.
Quando amamos alguém, alguma coisa ou algum lugar, uma parte do nosso coração, passa a pertencer a esse novo bocadinho que amamos.
Deixaste cá um coração, levaste vários contigo, na certeza de que podes contar com a nossa presença onde quer que estejas.
Falas da forma como a Praia do Norte te recebeu, eu digo-te que essa também foi a maneira como tu a recebeste. Foram momentos que te marcaram a mim também, foram dias que marcam para sempre a minha vida. Descobrir novos sentimentos dentro de mim, fortaleci muitos outros. Hoje sinto que amo sem medida. Se me perguntarem o que amo, eu não sei responder…
Uma coisa eu tenho a certeza,
Esse “eterno sorriso” fica para sempre no meu coração no meu pensamento, fica comigo o desejo de viver a emoção de te voltar a ver.
Abraços e beijinhos.
Paula…

10:58 da manhã  
Blogger Paulinha said...

Ao tempo que isto foi e parece que foi ontem...

:)...

3:39 da tarde  

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