sábado, abril 07, 2007

O Amor é simplicidade também…

…Sim. Há tantos dias em que me proíbo de pensar. Tantos dias em que transformo isso que provavelmente me entristeceria, em nadas, em que finjo que não existe, em que me fecho parcialmente e o guardo escondido no meu interior sem o expressar. Assusta-me também a maneira como o consigo fazer, a forma como o filtro e racionalizo o meu pensar. Eu sei que se transforma assim em algo eternamente sem resolução e que me volta a sobressaltar nas pequenas brisas que mo despertam. Mas como é que se exterioriza e como é que se resolve? Servirá de alguma coisa expressar aquilo que não será possível mudar, aquilo que ficou resolvido, mesmo que da forma veloz com que passou, sem que desse para trabalhar e moldar com as mãos de quem por experiência adivinha antecipadamente o final? Será mesmo suficiente apenas desabafar e deixar que o tempo apague ou substitua todos aqueles sentimentos que guardamos em nós e que nos faziam voar? E porque é que parece sempre que jamais alguém nos imaginaria a sonha-los sem termos de nos expressar?...

…É tantas vezes por isso que sinto que há quem não me entenda, que o vejo nos olhos de quem me rodeia. Porque é custa ver num sorriso sempre um sorriso sincero, porque é que custa ler os sentimentos e os desejos num olhar, mas nunca custa comentar gratuitamente ou extrapolar sentimentos de uma cara fechada? Porque não se parte antes do contrário? É isso que me faz ter uma dificuldade geral em revelar-me nos momentos em que desabafar resultaria, nos momentos em que talvez esperassem aquela palavra que guardo até me procurarem. Como é que é possível desabafar com quem não parte do mesmo princípio, com quem não olha com os olhos inocentes e sem preconceitos? Porque é que isso acontece tantas vezes até com quem nos parecia ser mais próximo, exceptuando tão poucas excepções?...

…E tudo isto porque em tantos momentos não se deixa ao Amor ser o que ele é. Porque Amor é simplicidade também. Tanto aquele que por vezes me faz proibir de pensar e que, não menos vezes, me assusta; como aquele outro, não menos importante, e também necessariamente bilateral, que nos impele a procurar um amigo para conversar…

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

… Já passaram dois anos, acredito ter sido um caminho de crescimento, e espero que tenhas descoberto que aquilo que nos entristece, não se consegue esconder nem substituir, se a intenção é não deixar que os outros se apercebam, pois é, há quem o consiga fazer, mas isso não significa que o sentimento tenha deixado de existir e muitas vezes a partilha, uma palavra, um gesto de carinho ajuda e fortalece-nos bastante. Na vida existe sempre alguém disposto a ouvir, a dar, a ser a pessoa de que precisamos, mas muitas das vezes não as conseguimos descobrir, neste caso resta-nos Ele, quem melhor que Ele para nos ouvir, amar e compreender…

:), Dispõe de mim, do meu tempo e dos meus ouvidos.
Paula!

4:25 da tarde  

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