quinta-feira, dezembro 31, 2009

Um novo ano…





















…Serei porventura das pessoas mais amadas do mundo? Como posso entender de outra forma as oportunidades e as graças? Hoje olho para trás e vejo apenas crescimento, unidade e sorrisos. Num só ano, foram seis as viagens que me levaram a lugares magníficos e a conhecer novas culturas. Num só ano, o inicio da minha formação como animador, uma maravilhosa caminhada de aprofundamento da Fé até Santiago de Compostela e tantas conversas que me trouxeram ensinamentos que se mantêm ainda hoje claros como se tivessem acabado de me ser ditos. Por Lisboa, por Fátima, Leiria, Évora ou pelo Porto, deixo hoje tantos novos amigos que me tocaram de forma tão única e especial com as suas partilhas, com uma cumplicidade que tantas vezes é tão difícil de conseguir. E aqui mesmo, ao meu lado, tantas foram as novas experiências em grupo, tantos os novos projectos que conseguimos realizar. Com a tese quase escrita, houve tempo para conhecer melhor a vida de São Paulo, para me entregar a mais um projecto de teatro que me encantou, para tão boas caminhadas com tantos Grupos de Jovens. Muitos foram os encontros que preparei e diversos os espectáculos que tive a oportunidade de assistir. Acolhido entre as paredes de minha casa cada vez mais composta com tanto carinho, surgiram inúmeros pensamentos, surgiram tantas orações. Neste ano que tanto me acariciou, ajudei a minha irmã a procurar uma casa para si, tive vezes sem conta longas conversas com a minha mãe, voltei a visitar os lares de crianças em Caneças, e fui pela primeira vez dar comida aos sem abrigo de Lisboa. Neste ano que me transformou, voltei a celebrar a minha amizade com os amigos que me aguardam todos os anos nos Açores, fui a pé de Leiria até Fátima, participei em seis retiros e em tantas actividades com jovens. Mais um primo meu se casou e fez-me sorrir profundamente, festejei o Carnaval em Torres e os Santos populares em Lisboa. Lembrei-me várias vezes de me sentar perto do pedinte que todos os Domingos encontro à porta da igreja quando chego para celebrar a Eucaristia, e partilhei várias vezes sentimentos meus frente a tantas pessoas. Tive amigas que foram mães e fui visita-las a casa, e emprestei também a minha casa a amigos que ma pediram para partilhar comigo. Fiz diversas apresentações orais dos meus trabalhos, e escrevi novos artigos ao mesmo tempo que terminei finalmente as minhas experiências no laboratório. Este ano conheci-me mais profundamente, propus-me a chegar ainda mais perto de tantas pessoas que constroem comigo todos os dias pedaços deste todo que é tão importante para mim e comecei a namorar. Propus-me olhar para um futuro construído a dois, na Sua presença e fiz o meu primeiro retrato a carvão. Este ano falhei várias vezes e tive de me levantar, penso que tirei algumas boas fotos, dei muitos bons mergulhos, vi três estrelas cadentes em Lisboa, e contemplei sem me cansar tantas paisagens do cimo de montanhas. Lembrei-me de correr, de saltar e de dizer o quanto amo tantos que são especiais para mim. Foi um novo e refrescante ano que está agora a terminar…

quinta-feira, dezembro 24, 2009

Deixemo-Lo nascer nos nossos corações...

…Vigiai, preparai, alegrai-vos e orai. São tantas e tão concretas as formas que Deus nos apresenta para que não andemos perdidos em nós mesmos. Ele conta-nos que é normal desorientarmo-nos, perdermo-nos, mas diz-nos também o caminho ao qual voltar. Para isso, temos de aceitar perder tudo, para que consigamos viver n’Ele, em pleno Amor. Sentiremos a plenitude nas nossas vidas. Agora! E é ao recolhermo-nos nos braços ternos do Pai, que podemos então endireitar os caminhos tortuosos. Saberemos olhar para o nosso percurso feito e avalia-lo com os olhos da sabedoria. Surgirão os gestos sinceros, a espontaneidade no amor que nos leva à unidade e nos devolve a identidade de nós mesmos em Cristo. Podemos fazer d’Ele o nosso próprio projecto. Não seremos apenas mais um, mas sentir-nos-emos únicos no Seu amor. Saberemos ter em conta mesmo o que desprezávamos porque veremos com novos olhos. Amaremos até o que hoje nos repugna. Nesse dia, estaremos todos juntos em Deus Pai e daremos as mãos num sorriso profundo! Deixemo-Lo nascer nos nossos corações...

quarta-feira, dezembro 16, 2009

No cimo da montanha…

…Voltámos ao cimo da montanha. Começámos a ver os aviões que passavam e ele explicou-me que passam normalmente de três em três minutos. Depois puxámos mais cerejas, Ele já lá estava, e estivemos a conversar o que me pareceu um só instante. Eu quase que só olhava, mas olhava com intensidade. Falámos de reformas, do que leva à necessidade de reformas, e falámos da aceitação que devemos ter dos outros. Falámos das vezes em que diversos grupos se fecham e tentámos perceber o porquê. Falámos de Deus salvador que é confundido com uma igreja salvadora. Falámos do nosso Projecto a seguir, que é alcançável e não inatingível. Que Deus não é a perfeição moral pois Ele não precisa da moral - isso é uma coisa para os homens – e que a perfeição é atingível no amor. Que devemos olharmo-nos no intimo, mas vermo-nos como um todo. Que não nos devemos inquietar com respostas definitivas, mas acolher as que encontramos, aceitando que nos temos de comprometer a continuar a caminhar. Falámos que 1+1=3 se realmente formos 1+1, e que ser 1+1 envolve espaço e tempo. Que o nosso tempo não é só nosso quando nos comprometemos. Que o nosso espaço não é só nosso se nos queremos comprometer. Que temos de querer abraçar os prazeres da vida e que os prazeres da vida são o sorriso, o abraço, a comunhão e a entrega. Falámos que não somos isentos de vontade e que não nos devemos querer apagar, pois somos únicos aos olhos de Deus e Ele precisa que a nossa vontade concreta seja a d’Ele. Falámos que o mundo precisa de pessoas comprometidas ao amor e que são precisos leigos com pulso que olhem de olhos abertos. Falámos de ciência e de uma imensidão de outras coisas que não cabem em descrições exactas. No final ele disse-me que era bom falar comigo, que eu puxava a conversa. Ainda não tinham acabado as cerejas e os aviões continuavam a passar, mas entretanto tivemos de descer. Acho que vou começar a olhar os aviões que cruzam os céus de outra forma, principalmente quando os finais de tarde se encherem de nuvens coloridas de tons de rosa e de laranja…

terça-feira, dezembro 15, 2009

Quando o sentir nos transforma…

…Há dias em que me questiono que caminho me apontam tantos momentos que vivo de forma tão inesquecível. Sucedem-se dia após dia, em diálogos abertos e sinceros, em partilhas que nos dão o conforto em que, ao acolher, nos sentimos acolhidos. Em cada um, surge algo de mágico que nos oferece a abertura mas também o conhecimento de nós mesmos. Descobrimos que temos enraizado o dom precioso que nos faz sentir amados. E é essa a verdadeira experiência que nos transforma. Ao querermos aceita-lo, surgem então as dúvidas próprias de quem não sabe como faze-lo, por ser grande a nossa incapacidade face àquilo que nos surge como pleno e que estranhamos. Por vezes perturbam-nos e incomodam-nos. Chegam a angustiar-nos por nos tocarem verdadeiramente no nosso íntimo, naquilo que somos verdadeiramente retirando quaisquer das máscaras que colocamos nos nossos rostos mais ou menos sorridentes. E ao entregarmo-nos choramos, sentindo-nos invadidos por algo que nos transcende mas que habita também em nós. São os momentos em que afastamos cada um dos planos que nos compõe até chegarmos àquilo que é essencial. Faze-lo é necessário, é construtivo, é reorganizador. E é então que nos surgem as respostas para aquilo que mais procuramos. Não as respostas definitivas que nos trazem a verdadeira sabedoria aplicada nas nossas vidas, mas as respostas temporárias que encontramos e que nos farão continuar a caminhar. Façamo-lo então com segurança. Acreditemos que o nosso caminho é aquele que se constrói e não aquele que se decide num instante único. Saibamo-nos comprometer e deixarmo-nos continuar de mente aberta às novas questões que irão surgir. Façamos de cada momento um acto de Fé. O nosso modelo a seguir não é inalcançável, é antes aquele que se manifesta no Amor, na busca da nossa identidade. Pois é ela que nos trará a felicidade. Não somos seres isentos de projectos pessoais. Somos, cada um se nós, únicos. E é na busca responsabilizada do nosso projecto que alcançaremos a verdade. Enquanto avançamos, sejamos felizes e abracemos os prazeres nos que nos dá a vida: o sorrir, o abraçar, o celebrar, o sentirmo-nos um só com quem comungamos. Se assim o fizermos, olhando com esperança o futuro, cada lágrima será apenas o entendimento. Voltará a rolar pela nossa face apenas nestes momentos de discernimento a que retornamos para que possamos de novo separar cada um dos nossos planos e em que voltamos a analisar as questões que se levantam em nós. O amor supera a nossa lógica humana, deixemo-nos pois invadir. Um dia, ao olhar com novos olhos, voltaremos a sentir o sentido, seremos para sempre transformados…

(Inspirado nas minhas conversas com o Frei Luís)


segunda-feira, dezembro 07, 2009

Amo-vos…

…Pudesse eu expressar tudo o que senti, entenderiam cada instante como a eternidade…