domingo, fevereiro 22, 2009

O carnaval...



…O quê? Em Torres? E arranjam-me um espacinho para dormir? Beleza!…

sábado, fevereiro 21, 2009

Aos conjuntos de dez…

…Gostava de ter inspiração e sabedoria para escrever coisas sábias ao pegar numa caneta. Gosto de canetas, da forma como deslizam, da oportunidade que nos dão de fixar os nossos pensamentos sem que os possamos apagar para reescrever. Permitem rascunhar os saberes que não consigo escrever. Sentado algures, espero por amigos que me vêm buscar. O sol põe-se lentamente: um dia saberei transmitir, não só as sensações que me despertam as cores quentes que contornam as montanhas, mas também aquilo que nos querem dizer. Um dia, quando olhar para os anos talvez aos conjuntos de dez, ou de vinte. Quando a pele deixar de ser esticada e der para brincar com as suas dobras. É como a diferença de escrever com uma caneta qualquer, como esta que uso agora e que transporto no bolso das calças, ou uma outra que nos oferecem como presente…

sexta-feira, fevereiro 20, 2009

Enquanto espero…

…Enquanto espero, sei que aprendo, e o que aprendo depende daquilo de que me deixo envolver. Neste momento preciso, espero. Fiquei de ir buscar mais tarde um grande amigo. Escolhi admirar o que me rodeia e dou por mim a sorrir agradecido. Acho que hoje aprendi mais do essencial…

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

O tempo…

…Há dias em que Deus nos dá a oportunidade de fazer por alguém algo muito especial; em momentos que tantas vezes esquecemos, mas que ficam marcados para sempre na memória de quem recebe. Normalmente há nestes momentos uma coisa comum que os marca e nos pode servir como sinal: um sorriso, um olhar. Quando os trocares, procura não esquece-los. Há algo que torna esse instante maior. Talvez menos o tempo dos homens, talvez mais o tempo de Deus…

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

No mesmo banco do jardim…

…Voltei hoje a sentar-me no mesmo banco do jardim. Faz tempos que não vinha para aqui escrever um pouco. Está um dia bonito de sol. As crianças que ainda brincam na rua passam por aqui e por ali com os seus patins, nas suas bicicletas ou de skate. Distraio-me enquanto ouço o barulho dos seus passos a correr juntamente com o cantar dos pássaros. De vez em quando reparam em mim: de caderno A4 e caneta na mão, com a minha mochila vermelha ao meu lado. Hoje, houve uma que parou mesmo frente a mim. Parei por instantes de escrever e disse-lhe um olá. Ela respondeu-me: “Eu também sei escrever como tu”. Depois, continuou a correr. Ficou-me a expressão do seu olhar. Um dia, quem sabe, não é aquele pequeno rapaz a sentar-se ali. Recordo o dia da festa do Credo dos meus meninos. Também eu creio, e sinto-me bem e cheio…

terça-feira, fevereiro 17, 2009

Na companhia que me fazem…

…É bom ter a casa cheia! Já alguma vez sentiram isso? No espaço em que costumamos descansar, onde nos encontramos connosco próprios. No espaço onde escolhemos a intensidade das luzes, o ambiente em que nos sentimos mais confortáveis, onde talvez melhor expressamos a nossa forma mais íntima de ser. O silêncio normalmente interrompido pelas músicas que costumamos colocar a tocar, o espaço em que tantas vezes sem ninguém saber nos dedicamos a algo, é subitamente substituído pelos rostos amigos de quem, neste caminho que percorremos, queremos acompanhar…

…Gosto de vos ver sentados no chão da sala com uma mantinha; gosto de ver o sofá cheio e de ouvir as nossas conversas cruzadas. Gosto de ver as luzes da varanda acesas e alguém deitado na cama de rede ou no parapeito da varanda a estender a vista ou a conversar. Sabe bem ver os copos espalhados por toda a casa, ver as velas lentamente a terminarem e os tabuleiros dos jogos abertos. Sabe bem sentir esta vida, este algo que se partilha, esta forma agradável de estar. É bom não sentirmos vontade de ligar a televisão e de nos rirmos uns com os outros. É bom podermos todos juntos, tirar mais uma vez uma foto de grupo para recordar. São boas as energias positivas que ficam, estas lembranças que me vão ajudando também a decorar este espaço a que chamo que lar…

terça-feira, fevereiro 10, 2009

Identificação…

…Identificação é a palavra que me vem à cabeça ao pensar neste encontro. Identificação com o que mais me motiva; identificação com quem me encontrei sem ainda conhecer e que me fez sentir verdadeiramente eu e à vontade. Vim no desejo de crescer, de me entregar ao que me fosse proposto; vim cheio de confiança e de coração aberto, por querer viver cada vez mais para fora de mim, por ser esse o local que quero procurar sempre para me encontrar. Fi-lo, absolutamente. Acolhido por aquela sensação que por meio d’Ele transborda de nós, senti confortante a vontade de um abraço, o sorriso constante e espontâneo. Aquele que é Ele mesmo nos desenha por meio de quem conhecemos. Em dias como estes, sempre que permitimos que isso aconteça em nós, tudo se supera. Tudo se torna mais pleno. Na animação, na descontracção, no espírito familiar que partilhámos, acompanhados da Amizade e do temor a Quem tanto nos ama, propusemo-nos todos juntos iniciar um novo percurso da nossa caminhada. Neste encontro saí mais confiante: vejo a nossa Fé com ainda mais rostos…

(Primeiro encontro da Formação de Animadores…)

terça-feira, fevereiro 03, 2009

Viver cinco dias em Marrocos!…

…Foi sem dúvida uma aventura! Decidimos de um momento para o outro, marcámos a viagem, e lá fomos nós, rumo ao norte de África. Cinco dias únicos que não nos pararam de surpreender. Comemos o que eles comem, dormimos nas suas casas, visitamos a suas cidades e vários daqueles sítios que parecem perdidos no meio do nada. Fizemos longas viagens de carro e deslumbrámo-nos com as paisagens incríveis com que nos deparámos. As formas, as cores: cada montanha diferente da outra, as planícies sem fim, a vegetação toda que não estávamos à espera de encontrar. De vez em quando, as pessoas que surgiam a andar longos quilómetros, e por todo o lado os burros trabalhadores. As suas casas, quase sempre rosas com janelas azuis, têm um aspecto descuidado e inacabado. É frequente deixarem os ferros de construção de fora para um dia mais tarde poderem continuar a construi-las. Apenas enfeitam de azulejos as molduras das portas para que fiquem bonitas. As praias estendem-se por longos areais ponteados com brancas caravanas de franceses e, aqui e ali, jovens com as suas pranchas de surf…

…Radical, foi andar longos quilómetros quase sem gasolina, foi apanhar uma multa por excesso de velocidade a 72 km/h, foi ficar sem bateria no carro e termos de o pôr a andar de empurrão debaixo de uma chuva intensa. Único, foram os banhos comunitários que experimentámos, foi comer quase sempre com as mão por ser mais higiénico, foi ver camiões com um volume de carga muito maior que o do próprio camião. Foi ver a variedade de cores, de especiarias e de artesanato dos mercados, os soukes, foi ver apenas quase homens e sempre vestidos com os seus jalabas. Divertido, foi calçar uns babus, foi vê-los a conduzir, foi perdermo-nos nos labirintos das ruas, foi ouvir o chamamento para irem rezar às mesquitas…

…Sob um sol forte, sob uma chuva intensa, cada dia, foi marcado pela curiosidade por tudo o que é novo, por toda a cultura que têm e que estranhamos, mas que sabe bem conhecer e experimentar. Numa terra em que rezam ao mesmo Deus, mas o chamam de Ala, em que apenas acreditam em Jesus como um profeta qualquer. Na terra em que relembrei, porque não o vi entre a forma impessoal de se relacionarem, a importância do mandamento novo: o de nos amarmos uns aos outros como Ele nos amou…

…Obrigado Dri pela companhia, pela confiança, pela amizade, por termos mais esta história comum para contarmos, pelo nosso diário de viagem, por este carinho que é para sempre. Obrigado Filipe e Carla pela forma acolhedora e divertida como nos receberam, pelas conversas, por nos terem levado a conhecer tantos pormenores que passariam despercebidos, por nos terem orientado e ensinado a comportar em cada sítio onde íamos e éramos fulminados com o olhar fixo de quem nos estranha. Foi uma grande viagem, foi bom, foi viver cinco dias em Marrocos…